Na sua investigação, McLuhan conclui que não só "passa a reconhecer que e a cultura de massa está não apenas cheia de potencialidades de destruição, mas também de promessas de fecundos desenvolvimentos". E assim, toma como elemento central da sua atenção os meios de comunicação e o seu papel na formulação de imagens enquanto transmissores de conhecimento.
Com o surgimento de uma consciência global, motivado pela democratização da informação, McLuhan indicia que a auto-regulação da evolução da técnica (em que se compreende a cultura e a comunicação propriamente dita), está mais presa ao meio em que é disseminada (e às suas limitações) do que à mensagem propriamente dita. McLuhan suporta, de certa forma, o conceito de Ge-stell fecundado por Heidegger. A passagem da comunicação oral para a comunicação escrita, agravada muito posteriormente pela introdução da imprensa, transforma uma forma de comunicação maleável, humana e sensorialmente rica; para uma linguagem com demasiadas regras, estruturas e condicionantes, revelando-se num "arrefecer" do processo de comunicação e promovendo a formatação do pensamento.
Esta estrutura, severamente embutida nos media, influenciam inevitavelmente a formulação de imagens perante o real. Consequentemente, intervindo na forma como o pensamento dos recetores é estruturado, incutindo opinião.
A esperança, na ótica de McLuhan, reside precisamente no advento das tecnologias baseadas na eletrónica e no seu percurso em direção à "tribalização do homem moderno" e à fundação daquilo que hoje chamamos de aldeia global. Com a multiplicação exponencial dos canais de comunicação, McLuhan preconizou a assimilação por parte do indivíduo, deste tecido de troca de informação que, de certa forma, veio aliviar a estrutura que de forma consciente ou inconsciente, vinha a ser controlada pelos próprios mass-media.
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Referências
HEIDEGGER, M. (2002), "Ensaios e Conferências" (tradução de LEÃO, Emmanuel Carneiro, FOGEL, Gilvan, SCHUBACK, Marcia Sá Cavalcante), Editora Vozes, Petrópolis, p.11-38
SÁ, José Carlos Vasconcelos (2001), "A Crítica da Técnica e da Modernidade em Heidegger e McLuhan", Revista Interacções Nº1, ISMT
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